Basta ligar os pontos
21/12/2012

Basta ligar os pontos

Recentemente li um artigo escrito por Caito Maia, presidente da Chilli Beans, que por sua vez  reviu o discurso(assim como eu) que Steve Jobs, o ex-presidente da Apple(o qual sou admirador), fez na formatura da turma da Universidade de Stanford. Nesse discurso, Jobs falava sobre a importância de ligar os pontos, fazendo uma conexão de como o seu passado o levou ao sucesso que alcançou na sua vida. A seguir segue a discrição feita por Caito, o qual divido com todos os leitores do nosso Gestão Informativo-Orus. 
Giancarlo B. Pacheco
Diretor da Orus Brasil


"Ligar os pontos é um exercício que vale muito a pena para o empreendedor fazer, entendendo as conexões entre os fatos do passado com o presente, e os caminhos do futuro. Eu sempre faço.
No meu caso, por exemplo, o primeiro lugar que comecei a vender óculos para o público foi no Mercado Mundo Mix. Para quem não se lembra, o MMM era uma feira itinerante que rodava o Brasil, apresentando novos talentos da moda e do design. Grandes nomes, que se consagrariam no futuro, começaram ali, como Alexandre Herchcovitch e Marcelo Sommer. E a Chilli Beans também.
Isso aconteceu em meados dos anos 90, mas me lembro como se fosse ontem o dia a dia nessas viagens. Eu era praticamente a empresa de um homem só: levava os produtos, montava o estande e vendia para o público visitante. E nesse tête-à-tête com o cliente aprendi muito, especialmente a ouvir esse cliente, entender o que ele quer e perceber que não estava ali para vender produto, mas para oferecer uma solução, atender um desejo.
Mais de 15 anos depois, essa preocupação com o desejo do cliente é o que move minha empresa, meus franqueados e minha equipe de venda. Faz todo sentido agora.
Também logo no início do meu negócio, ainda antes do Mercado Mundo Mix, eu montei uma operação de atacado, na qual atendia grandes marcas do varejo. Eu era um intermediário, entre o fabricante e essas marcas.
Tudo ia muito bem, tinha muitos clientes e um bom relacionamento com os fornecedores, mas de repente, dois dos meus melhores clientes não me pagaram e, sem receber esse dinheiro, não tive como financiar a compra de novas peças, para atender os outros. Assim, muito rapidamente, minha empresa de atacado faliu, e eu fiquei sem nada.
É claro que foi difícil, mas foi só ai que eu percebi que sendo um intermediário, eu realmente não tinha nada. Os clientes dos meus clientes, por exemplo, sequer perceberam que eles mudaram o fornecedor de óculos. Nesse momento, percebi a importância de ter uma marca, um nome forte no mercado, e criei a Chilli Beans.
Todos esses anos depois, meu negócio só faz sentido porque eu sou uma marca forte no mercado. Óculos de sol, relógios e armações de grau são commodities, qualquer um pode vender – inclusive qualquer um pode produzir até mesmo no meu fabricante -, mas os clientes confiam na minha marca, nós temos uma relação. Ontem, hoje e também amanhã é o que importa"