Crise faz consumidor adquirir novos hábitos no supermercado
18/08/2015

Crise faz consumidor adquirir novos hábitos no supermercado

Quaisquer situações que possam colocar em risco a subsistência, como desastres naturais, guerras e crises, fazem com que o homem retome um comportamento primitivo: o de estocar produtos.
Longe de furacões, terremotos e bombardeios, lutamos diariamente conta a recessão, que trouxe à tona o hábito de comprar em grandes quantidades.
Um levantamento realizado pelo Tiendeo, mapeou o comportamento do consumidor durante as compras em supermercados e apontou um hábito associado aos tempos de superinflação da década de 80, o armazenamento de produtos, também dá sinais de ressurgimento. Em relação ao mesmo período de 2014, 67,3% dos pesquisados afirmam aproveitar mais as promoções para estocar produtos em casa, em 2015.
O estudo detectou também uma progressiva preferência pelos chamados “produtos de marca própria” e pelas embalagens econômicas. Em comparação a agosto do ano passado, 50,2% dos consultados compram atualmente mais produtos de marcas de supermercado; enquanto 66,9% optam agora por pacotes menores ou packs de ofertas.
Mercados em queda
O impacto do aumento da inflação não se reflete somente no comportamento dentro dos supermercados. No último ano, dos cerca de 2.800 participantes da pesquisa, 1.110 (40,3%) afirmam haver diminuído entre 10% e 30% o consumo de produtos menos básicos, como eletrônicos, roupas e artigos de decoração.
Também no que se refere ao lazer e entretenimento, há uma tendência de queda: 40,9% dos consultados diminuiu seus gastos entre 10% e 30%, no período de um ano. Por outro lado, a procura por cupons de desconto e promoções aumentou, com 79,8% dos consumidores afirmando recorrer mais a este recurso em 2015.
Segundo explica o gerente do Departamento de Economia e Pesquisa da APAS, Rodrigo Mariano, 70% das compras são de abastecimento ou reposição, que possuem uma dinâmica distinta de uma compra de emergência ou consumo imediato.
Rodrigo observa dois comportamentos: a classe C deixou de comprar os supérfluos e trocou a marca líder pela segunda marca colocada, e a classe A e B busca ganhar promoções e prazos para não abrir mão de produtos premium.
"Hoje o consumidor economiza nos produtos de limpeza, mas não abre mão dos itens premium que adquiriu no passado, quando seu poder de compra era maior. Ele também acaba deixando os supérfluos e trocando as marcas mais caras pelas mais baratas", diz.