Cultivo de Algas pela Netuno irá gerar Biodiesel
04/05/2010

Cultivo de Algas pela Netuno irá gerar Biodiesel

A produtividade com o uso de microalgas é 15 vezes maior em comparação com o da mamona Usar microalgas para fazer biodiesel em Pernambuco é o objetivo de um projeto que vai demandar um investimento de R$ 5,4 milhões. “O mundo está procurando outras fontes para os biocombustíveis que não gerem competição com os produtos alimentícios”, explica a pesquisadora do Instituto Tecnológico de Pernambuco (Itep), Ana Rita Drummond. Isso ocorre porque 80% biodiesel produzido têm como matéria-prima a soja, que também é usada na alimentação humana e animal. As microalgas apresentam uma produtividade 15 vezes maior na quantidade de óleo por hectare, comparando com outras lavouras convencionais, como a mamona, semente de algodão e amendoim. O projeto está tentando captar R$ 5,4 milhões do Fundo Tecnológico (Funtec) do BNDES, que banca a fundo perdido projetos que estimulem o desenvolvimento tecnológico e a inovação de interesse estratégico para o País, o que inclui a área de energias renováveis. Os recursos serão usados na aquisição de equipamentos, material de consumo e trabalhos de campo. Além de profissionais do Itep, a iniciativa inclui pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco, da Universidade Federal de Pernambuco, do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), Prefeitura de Pesqueira e a empresa Netuno. Primeiro, os pesquisadores vão isolar as microalgas do tipo Chlorella vulgaris, que se desenvolve na água em regiões tropicais. Depois do isolamento, elas serão colocadas numa água para que se desenvolvam sem outros vegetais num cultivo piloto com tanques de até 500 litros. Depois será feito o cultivo pela empresa Netuno em tanques de 14 e 20 mil litros que ficam em Sirinhaém, onde a companhia já cultiva microalgas para alimentar larvas (filhotes) de camarão. “A nossa intenção é ajudar a desenvolver essa tecnologia para depois fazer a produção em larga escala. Inicialmente, não pensamos em vender, mas usar para consumo próprio, evitando a emissão de gás carbônico e dando a nossa contribuição para o meio ambiente”, diz o consultor da Netuno, Rodrigo Barbosa Alencar.