É o que aponta uma pesquisa da Fundação Dom Cabral. Os problemas são maiores para vagas de compradores, técnicos, administradores, gerente de projetos e trabalhador manual.
A maioria das companhias pesquisadas reclamou da escassez de profissionais capacitados para funções específicas, falta de visão global dos candidatos e deficiência na sua formação básica. Assim, a criação de cargos cada vez mais específicos e a globalização dos negócios intensificou o problema nas empresas.
Com isso, segundo a pesquisa, no nível técnico, quase 60% das companhias reduziram as exigências para contratação. No nível superior, a porcentagem é de 45,51%. Em 2010, quando a Dom Cabral fez a primeira pesquisa para avaliar a carência de mão de obra, os porcentuais eram de 54% e 28%, respectivamente.
"A questão da mão-de-obra virou um grande gargalo no Brasil, sem previsão de melhora no curto e médio prazos", diz o professor Paulo Resende, responsável pela pesquisa.
Segundo ele, a contratação de um profissional leva, atualmente, de três a cinco meses, nos níveis técnico e superior. Se considerar o tempo de treinamento, esse prazo fica para entre seis e oito meses. Mesmo assim, algumas empresas têm sido obrigadas a buscar no exterior mão-de-obra para algumas áreas.
O estudo da Dom Cabral foi realizado com 167 grandes grupos empresariais, que empregam mais de 1 milhão de pessoas e cujo faturamento responde por 23% do Produto Interno Bruto brasileiro.
Fonte: O Estado de S. Paulo
