EUA: mercado de carne bovina tem misto de otimismo e cautela
24/09/2014

EUA: mercado de carne bovina tem misto de otimismo e cautela

As margens recordes dos produtores de cria, a retenção de novilhas, a queda nos preços do milho e a forte demanda dos consumidores estão apontando para uma expansão do rebanho bovino, mas os desafios do lado da oferta continuam, disse o vice-presidente de produção da Certified Angus Beef (CAB) dos Estados Unidos, Mark McCully, aos participantes de uma conferência anual da organização.
Com alguns dos anos historicamente mais difíceis até agora, a indústria de carne bovina está mostrando alguns sinais de recuperação dos anos de oferta escassa de bovinos, pressionada pelos maiores custos do milho e seca prolongada. Entretanto, fatores como clima e o longo ciclo de produção de produção de bovinos desafiarão o esforço, disse McCully.
De 2000-2014, a oferta de bezerros para engorda caiu em 13%, para 33,5 milhões de cabeças, de 38,5 milhões de cabeças, enquanto o preço por quilo desses animais aumentou em 140%. Ao mesmo tempo, os custos dos alimentos animais, ajudados pela produção obrigatória de etanol que desviou o milho da indústria, no ano passado, foi de US$ 500 por cabeça, mais que os US$ 150 em 2000, disse ele.
Menos novilhas estão sendo enviadas para a engorda, ao invés de sendo mantidas pelos operadores de bovinos de cria para a reconstrução de rebanhos, à medida que estão registrando lucros recordes. O valor de uma novilha de engorda, cerca de 250 quilos, está em mais de US$ 1.200 hoje, comparado com cerca de US$ 550 em 2000, enquanto o custo de produzir um bezerro está em mais de US$ 600 hoje, comparado com menos de US$ 400 em 2000. “Isso está enviando um sinal ao produtor que diz, ‘faça mais’”, disse McCully.
Entretanto, há algumas “advertências”, disse ele. Entre elas, está a necessidade de chuvas, à medida que a seca será prolongada, particularmente na Califórnia e nas Planícies do Sul. Além disso, os custos de reconstrução estão bem maiores e o acesso ao capital está mais limitado. O custo de uma novilha hoje está em mais de US$ 4.000 em algumas partes do país, enquanto esse preço era de US$ 1.000 no ano 2000. À medida que o pecuarista envelhece, a disponibilidade de voltar poderia ser limitada, disse McCully.
Outros fatores incluem um mercado quente de abate de vacas que está atraindo mais novilhas, desacelerando o esforço de reconstrução e um ciclo de produção longo que não renderá frutos até pelo menos 2016.
Uma conversa comum entre os membros do setor, da fazenda à mesa do consumidor, é o lado positivo da dificuldade em garantir a oferta, que é o que tem tido mais ênfase na qualidade e na criatividade em obter novos produtos aos consumidores.
Claro, há menos bovinos chegando ao mercado, mas eles são de maior qualidade, disse McCully, notando que cerca de 70% do boi gordo é classificado como “choice” ou melhor. Ao mesmo tempo, o número de bovinos qualificados para a certificação pelo Certified Angus Beef aumentou para 4,4 milhões de cabeças em 2014 de 1,5 milhão de cabeças em 2000, disse ele.
O presidente do CAB, John Stika, disse que há sempre desafios, mas ele está feliz que o desafio não é a demanda. Melhor dar aos consumidores a qualidade que eles querem, do que ter que enganá-los para comprar produtos que não valem a pena, disse ele.

Fonte: meatingPlace.com., traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.