Falta de mão de obra é desafio para 50% dos CEOs brasileiros
23/09/2010

Falta de mão de obra é desafio para 50% dos CEOs brasileiros

CEOs brasileiros revelam que a falta de mão de obra qualificada é ainda um grande obstáculo para o sucesso das empresas. A constatação é feita pela metade dos presidentes brasileiros que participaram do Global CEO Study 2010, maior pesquisa sobre líderes empresariais do mundo, realizada pela IBM com mais de 1,5 mil CEOs de 33 segmentos e de 60 países, incluindo o Brasil. Fatores de mercado e macroeconômicos também se destacaram como forças que preocupam os executivos brasileiros. O estudo e suas conclusões foram apresentados hoje durante o IBM Fórum 2010, realizado no Expo Transamérica, em São Paulo. “O déficit de profissionais se dá tanto no nível estratégico quanto para funções operacionais dentro da organização”, explica Ricardo Gomez, líder de serviços em consultoria da IBM para a América Latina. A preocupação dos CEOs brasileiros com as competências dos profissionais é percebida em outras áreas da pesquisa. No quesito qualidade de liderança, os executivos locais concordam com os CEOs do resto do mundo que ‘criatividade’ seguida de ‘integridade’ devam ser as principais aptidões de um líder. ‘Dedicação’ – a terceira qualidade, apontada por 38% dos brasileiros – não entrou para a agenda dos CEOs de alta performance, aqueles que atuam em organizações que obtiveram os melhores resultados financeiros mesmo durante períodos de oscilação econômica. Para eles, ‘influência’ e ‘pensamento global’ são atributos mais importantes. Com relação à categoria competência na execução, mais da metade dos entrevistados brasileiros (55%) indica a ‘responsabilidade individual’ (accountability) como principal característica para que as empresas alcancem o sucesso nos próximos anos. Em contrapartida, 45% dos CEOs de organizações de alta performance consideram a ‘rapidez na execução’ a competência de maior destaque desta categoria, e colocam a ‘responsabilidade individual’ na última posição, com 20%. Já os ‘fatores tecnológicos’, apontados como a segunda força externa de impacto nas organizações pelos CEOs globais, não são tratados como urgência para os brasileiros. Para eles, ‘questões regulatórias’ e ‘fatores macroeconômicos’ são temas mais importantes do que tecnologia. “O CEO brasileiro demonstra apostar o sucesso de seus negócios mais nas pessoas do que em processos e sistemas. Ele valoriza as horas dedicadas à empresa e a responsabilidade individual na prestação de contas do trabalho realizado é considerada atributo primordial”, explica Gomez. Complexidade Ainda segundo a pesquisa, oito em cada dez presidentes consideram um desafio lidar com a complexidade de um novo ambiente econômico mundial marcado pelo intenso processo de globalização, aumento do poder econômico dos países emergentes, maior preocupação com questões ambientais, além da carência de recursos humanos necessários para suportar o crescimento. Entre eles, apenas metade diz saber como se comportar nesse novo cenário. “A análise da complexidade esperada e a dificuldade para enfrentá-la, de acordo com o novo estudo, apresentou a maior diferença nesses oito anos de pesquisa, o que revela um maior sentido de urgência por parte dos CEOs”, completa Gomez. Como capitalizar no atual cenário de complexidade, segundo os CEOs de alta performance: Incorporar a liderança criativa - diante de um mundo complexo, CEOs escolheram criatividade como atributo de liderança mais importante. Líderes criativos convidam à inovação contestadora, estimulam os funcionários a assumirem riscos calculados. Eles também têm a mente aberta e são inventivos na expansão de seus estilos de administração e comunicação, em particular para envolver a nova geração de funcionários, parceiros e clientes. Reiventar o relacionamento com os clientes - em um mundo interconectado, os CEOs priorizam a familiaridade com os clientes. A globalização, combinada com aumentos expressivos na disponibilidade de informações, ampliou as opções dos clientes. Para os presidentes, o envolvimento contínuo e a criação conjunta com os clientes são um diferencial. A explosão da informação é a maior oportunidade para o desenvolvimento de percepções minuciosas sobre os clientes. Desenvolver a habilidade operacional - os CEOs estão renovando suas operações para estarem prontos para agir quando as oportunidades ou desafios aparecerem. Eles simplificam e, às vezes, mascaram a complexidade que está sob seu controle. Sobre a Pesquisa Global de CEOs da IBM em 2010 Essa pesquisa é a quarta edição da série bianual de Pesquisas Globais de CEOs da IBM. Para formular esse estudo, os pesquisadores da IBM se reuniram pessoalmente com a maior seleção já feita desses executivos. Foram entrevistados 1.541 CEOs, gerentes-gerais e líderes seniores do setor público, representando organizações de diferentes portes em 60 países e 33 segmentos de mercado entre setembro de 2009 e janeiro de 2010.