Inovar, acendendo uma vela?
23/08/2012

Inovar, acendendo uma vela?

A loja tá vazia? Que tal uma vela para atrair clientes? Professor espanhol da ESADE assegura que apenas a inovação é capaz de aumentar as vendas. Vela? Fala sério.

A loja tá vazia? Que tal uma vela pra atrair clientes? Baratinha. É tradição na Guatemala. Pra dar uma animada nas vendas o lojista guatemalteco apela pra vela “Lhama Cliente”. Funciona? “Não sei, mas uma coisa que faz efeito certeiro é inovar”, assegura o professor de inovação no varejo Lluis Martinez Ribes, da ESADE de Barcelona.

Essa introdução curiosa é para lembrar o varejista que a perseguição da inovação deve ser diária, e em qualquer segmento, mesmo o mais básico como supermercado. Foi com esse argumento que Ribes usou para ilustrar seu comentário sobre o case do supermercado Aquí É, em Barcelona.

O que vai cozinhar hoje? Fazer as compras de comida no supermercado pode ser algo repetitivo e tedioso. Pode, não precisa ser. Basta uma boa ideia, como a que alavancou o mercado.

Grandes players globais começavam a desembarcar em Barcelona, ameaçando a competitividade e a tranquilidade dos diretores do mercado. Então a rede local tirou vantagem de sua proximidade com o consumidor para ir fundo no estudo do comportamento de compra, incluindo as etapas anteriores e posteriores da visita à loja. “O varejo é um dos melhores reflexos da cultura local”, explica o professor Ribes.

O resultado da análise foi a criação do serviço “O que faremos hoje?”, que tira dos ombros do consumidor o trabalho de pensar no cardápio do dia. Logo na entrada, ele confere o cardápio completo proposto para aquele dia – para o almoço e o jantar – num totem com tela sensível ao toque. Escolhe a opção – elas mudam todos os dias – e imprime o papel com as instruções e receita. Bem ao lado, todos os ingredientes para a receita ou os pratos pré-cozidos ou já prontos, estão agrupados, é só botar no carrinho e ir direto para o caixa que está pertinho – o desenho da loja evita o zigue-zague entre corredores.

“Ele não precisa perder tempo pensando no que fazer para o jantar ou percorrer toda a loja atrás dos ingredientes. A loja está vendendo tempo e prestando um serviço”, conta o professor. Embora não revele quanto o cardápio antitédio rendeu em aumento de vendas, Ribes, que participou do projeto, admite que elas ultrapassaram em 28% as projeções mais otimistas.

fonte: NoVarejo