Com o aquecimento da economia e os investimentos do autosserviço em expansão, tornam-se cada vez mais escassos profissionais especializados, como padeiros, açougueiros e peixeiros. A solução encontrada pelas empresas do setor é investir na prata da casa Além da constante atenção a normas sanitárias e ao problema da ruptura, áreas de processamento de alimento, como peixaria, açougue e padaria, sofrem de outro mal: a escassez de mão de obra. A espera para preencher esses quadros costuma ser superior a 15 dias, e, nas inaugurações, a demora é tanta, que algumas lojas abrem as portas sem alguém atrás do balcão nesses setores. Gestores de seção acreditam que se trata, entre outros fatores, do desinteresse das novas gerações por essas funções. “Eles, literalmente, não querem botar a mão na massa”, comenta Carlos Alberto Muniz, diretor de padaria do Carrefour. Para ele, os jovens estão mais interessados em trabalhos na área de estratégia e administração. “Antes, [padeiro, açougueiro, peixeiro] eram profi ssões que vinham de berço, eram passadas de pai para fi lho”, conclui. Contribui para a falta de interesse a perspectiva de baixos salários nesses setores, em comparação aos da administração. Pesquisa da consultoria internacional Hay Group, publicada com exclusividade por SM em março deste ano, apontou que um peixeiro ganha, em média, R$ 680, enquanto um assistente administrativo – função que nem sempre requer conhecimento técnico específi co – recebe R$ 861. Padeiros têm um salário médio de R$ 721 e confeiteiros, de R$ 733. CARGA HORÁRIA Trabalho nos fins de semana dificulta interesse Marcos Livato, auditor da rede Pague Menos, 11 lojas no interior paulista, cita outras difi culdades para o varejo dispor desse tipo de profi ssional, entre as quais a carga horária. “Trabalhar de segunda a segunda, com exceção só de Natal e Ano Novo, afugenta candidatos.” A solução é orientar o RH da empresa a ser claro no ato da contratação quanto às rotinas do supermercado. Assim, desistências e surpresas diminuem. Líderes da área também assumem papel importante: devem auxiliar os subordinados em questões organizacionais, como carga horária, escala de trabalho e padrões de limpeza
