Mesmo com a perda de poder, Abílio quer minar as atuações do Casino sobre o Comitê de Auditoria
08/10/2012

Mesmo com a perda de poder, Abílio quer minar as atuações do Casino sobre o Comitê de Auditoria

Após os desgastes entre o presidente de um dos maiores grupos privados do País, o Pão de Açúcar, e o Casino, e na esperança de manter seu poder, por meio da assessoria de um banco de investimentos, mesmo com um acordo de acionistas em plena validade e a desconfiança que pairava entre as duas lideranças, o grupo francês não aprovou a estratégia de compra de um dos maiores concorrentes no mundo, o Carrefour. Este estava sendo “paquerado” por Abílio Diniz na busca de um remanejamento do controle e a possibilidade de aumentar a participação das ações ordinárias que lhe dariam o poder de voto e a manutenção nos negócios.
Entre idas e vindas, o negócio acabou não se concretizando e começou uma batalha internacional pelo cumprimento do contrato, que foi finalizado no ano de 2012, com a entrega do assento ao Grupo Casino, que até então está à frente dos negócios.

Em virtude das mudanças que estão acontecendo no cenário interno e internacional, o Grupo Casino pretendeu fazer algumas modificações, tentando implantar um comitê de auditoria, assim como a busca de um aperfeiçoamento da governança corporativa, como forma de modificar procedimentos e ter maior transparência nos seus negócios.

Como há uma necessidade de mudança estatutária e se aproveitando das necessidades da empresa na busca por novas alternativas para eventualmente se expandir, o sr. Abílio Diniz, que está no Conselho de Administração, não aprovou a proposta e justificou que existe um Conselho Fiscal com diretrizes similares e que estava sentindo uma violação no poder, ou seja, mais uma queda de braços por caprichos que podem prejudicar os negócios do grupo.
A alternativa apresentada pelo sr. Abílio Diniz foi a aceitação da Governança Corporativa, mais a ida da companhia para o Novo Mercado da Bolsa, segmento que exige alta transparência e governança para as empresas. Essa tomada de decisões poderia abrir uma oportunidade para a família Diniz voltar ao poder, já que no novo mercado existem somente as Ações Ordinárias e as Ações Preferenciais, que seriam convertidas em Ações Ordinárias. Essa estratégia já vinha sendo observada pelo Grupo Francês, que efetuou no passado a aquisição de ações preferenciais, o que resta saber é quem deterá proporcionalmente o maior número na partilha das ações e como vai agir cada um dos lideres em que um desencontro de interesses acabou gerando atritos e desgastes que permeiam o Grupo Pão de Açúcar e o seu futuro.
Talvez se houvesse respeito ao fio de bigode essa situação poderia ser mais suave e tranquila, mas manobras efetuadas em paralelo e as escondidas somente podem gerar desconfianças.