MPF aciona frigoríficos por gado irregular e alertará supermercados
17/04/2013

As unidades do Amazonas, Mato Grosso e Rondônia do Ministério Público Federal entraram na Justiça contra 26 frigoríficos de carne bovina pedindo indenizações, que totalizam R$ 556,9 milhões. As empresas não assinaram o Termo de Ajustamento de Conduta, que visa regularizar a cadeia produtiva de carne, e são acusadas de adquirir 55.699 animais criados em fazendas irregulares.
A BRF é uma das envolvidas. A companhia foi acionada por ter comprado, segundo o MPF, 904 animais de área demarcada pelo Ibama como de desmatamento ilegal, gerando um pedido de indenização de R$ 9 milhões. A Sadia, separadamente, está na lista pelo mesmo motivo, com valor pedido de R$ 8,5 milhões.
A investigação colabora com o termo de cooperação assinado pelo MPF e pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados) no fim de março, para evitar que os supermercados comprem carne de áreas irregulares na Amazônia. O órgão federal irá comunicar as redes sobre as ações movidas contra os frigoríficos. "Estamos comunicando os supermercados para que adotem medidas necessárias para não comprar dessas áreas irregulares", afirmou o procurador Rodrigo Timóteo da Costa e Silva.
A Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), no entanto, manifestou sua posição contrária à assinatura de Termos de Ajustamento de Condutas pelos frigoríficos. Presidente da entidade, Péricles Salazar afirma que "não existe segurança jurídica" para tanto, pois as empresas não possuem "acesso a informações completas, ágeis e atualizadas no momento que necessita".
A BRF afirmou ao jornal Valor Econômico que “não recebeu a citação oficial a respeito do processo e não vai se manifestar no momento".

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