O encantador do ponto de venda
05/05/2014

O encantador do ponto de venda

A peixaria e os freezers verticais e horizontais no varejo não são os mesmos desde que as empresas de promoção entraram no radar do setor; no comando de 15 promotores, Cadu, da Orus Brasil, conta os bastidores do ramo.
A revista da Seaffod Brasil destaca o trabalho no ponto de venda, nesta matéria o Supervisor da Orus Brasil, Cadu, é o entrevistado.
O Seafood Brasil é uma plataforma de comunicação destinada a aprimorar o consumo de peixes e frutos do mar no Brasil.
Inaugurada em 2013, conta com um portal na Web, mídias sociais, eventos com a cadeia produtiva e uma revista recheada de dados para quem faz negócios neste setor.
A equipe de desenvolvimento de produto elabora um prato pronto revolucionário, o time de marketing cria uma excelente campanha de divulgação e o comercial convence os compradores de que o produto vai ser o diferencial que o varejo precisa. Tudo parece perfeito, até que o produto chega à loja e vai para as câmaras frias, de onde não sai até que a enxuta equipe da peixaria tenha tempo para precificá-lo e posicioná-lo nos freezers. Na fila de prioridades da loja, nem sempre os produtos de pescado chegam ao consumidor no tempo e condições planejados pelo fornecedor.
Para resolver esses e (muitos) outros problemas é que entram em cena os promotores de venda, como os que são supervisionados por Carlos Eduardo Freitas da Silva, da empresa gaúcha Orus Brasil. Este pernambucano de apenas 28 anos, ex-jogador de futebol profissional, “caiu no peixe” quando foi contratado como promotor da Netuno, quando já morava em São Paulo. Foi com a rotina de visitar 15 lojas por dia que ele aprendeu a falar a língua dos peixeiros.
Cadu rapidamente se destacou pela capacidade de se misturar à equipe dos pontos de venda e de trazer soluções. “(O ambiente nas lojas) é uma guerra”, conta. “ Em uma época eu chegava cedo às lojas e armava a frente do freezer. Depois os meus clientes passavam pelas lojas e viam os produtos todos desarrumados. Cadu então descobriu que um promotor de uma marca concorrente estava mudando seus produtos de lugar, danificando embalagens e invertendo preços. “ Um dia descobri que o cara estava em uma loja. Fui até lá e o chamei para conversar do lado de fora.” O rapaz reconheceu que tinha feito e o problema parou.
Hoje ele tem uma função estratégica na gestão de marcas como a Prime, Vivenda do Camarão, Karam’s, Trutas NR e Tilly, que começa nos próprios clientes. Ele tem que entender o preço, peso, porcionamento e outroas características que definem o posicionamento do produto no varejo, para que possa reagir rápido nas próprias lojas. “ O Cadu é o executivo mais importante do meu serviço ao varejo”, diz Diego Fávero, sócio do Grupo 5 – que tem a Orus como fornecedor.
“ A visão dele possibilitou uma mudança na lagosta vendida pela Prime”, conta. O crustáceo tinha 500g e era vendido inteiro, mas a substituição por 4 caudas de 120g fez com que o produto, com preço próximo a R$ 50,00, chegasse a vender meia tonelada nas principais lojas de uma grande rede varejista no Estado de São Paulo.
Recentemente promovido a supervisor, Cadu diz não ter perdido a humanidade nem com os seus 15 promotores, nem com as equipes das lojas. “Continuo levando o pessoal para comer uma feijoada, pago uma caixa de cerveja, levo para jogar uma bola.” Se nos corredores dos escritórios ele é só mais um anônimo, no varejo Cadu é tão popular quanto os jogadores do seu time do coração, o Corinthians.
Texto: Ricardo Torres