Perspectivas e Rumos
28/12/2012

Perspectivas e Rumos

Em 2013. O Autosserviço terá mais um ano de crescimento acima da economia. Afinal, a renda do brasileiro continuará em ascensão. E isso, mais uma vez, manterá o consumo das famílias em alta. Mas a concorrência pelos gastos do consumidor com bens duráveis promete aumentar.
O ano de 2013 deve contar uma história que você já está careca de ouvir. O setor supermercadista voltará a crescer acima do PIB (Produto Interno Bruto). E isso graças à expansão dos indicadores de renda, que continuarão em alta. A expectativa dos especialistas em varejo é de que os super e hipermercados cresçam cerca de 5% em 2013 – mesma taxa esperada para este ano –, contra alta de 3% a 4% da economia brasileira. O maior desafio para o varejo alimentar será a concorrência pelos gastos do consumidor com bens duráveis, o qual, em função do aumento de crédito, voltará a aquecer.
Celso Grisi, diretor-presidente do Instituto de Pesquisa Fractal, é um dos que apostam em 5% para os supermercados em 2013. "Sempre que o salário mínimo tem ganho real, o que deve voltar a acontecer, o impacto é direto nos supermercados", afirma.
Já a Tendência Consultoria projeta alta no setor de 4,3% em 2013 . "Depois das altas dos últimos anos, o segmento deve se acomodar, com crescimento em ritmo menor. Além disso, no próximo ano, os bens duráveis devem ganhar a preferência do consumidor na hora das compras", diz Alessandra Ribeiro, economista da consultoria.
Quanto ao PIB, a Tendências prevê 3,6% de aumento no próximo ano. Em 2012, a taxa deverá ficar em 1,5%. "Mais uma vez é o consumo das famílias, com alta de 3,7%, que puxará a economia", explica a economista. "Isso se justifica pelas taxas mínimas históricas de desemprego, o que eleva massa salarial e traz efeitos positivos também na inadimplência e na concessão de crédito". Para se ter uma ideia, a projeção do governo federal é que a massa salarial cresça perto de 5% reais em 2013. Grisi, da Fractal, também prevê mais ganhos de renda. "O cenário de quase pleno emprego também vai favorecer as negociações salariais em 2013", diz. Para ele, a ascensão das classes mais pobres é um movimento que deve continuar, justamente pelo aumento real do salário mínimo e pelos programas de transferência de renda do governo. "Só que o ritmo será um pouco menor", comenta.
É por isso que o consumo continuará crescendo no ano que vem. A Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação), por exemplo, mantém o otimismo. Sua projeção é elevar de 5% a 6% as vendas reais e em 4% a produção. Em 2012, a ideia é fechar com aumento de 4% a 5% no faturamento real e também com 4% no volume fabricado.
Já a Abipla (Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins) tem expectativa de que as vendas de produtos de limpeza cresçam de dois a três pontos percentuais acima do PIB em 2013. "No nosso caso, o que garante o crescimento são os lançamentos, especialmente os que trazem maior valor agregado", afirma Maria Eugênia Saldanha, presidente executiva da entidade.
Na esteira das expectativas de um consumo maior, os supermercados também estão fazendo sua parte ao investir para crescer. É o caso da mineira Bahamas, com 28 lojas, cuja expectativa é elevar o faturamento em 20% nominais neste ano, sem abrir uma única filial. Para 2013, serão aplicados R$ 40 milhões em expansão e reformas de unidades. "Abriremos no primeiro semestre três lojas em Uberlândia e um CD para atender as filiais do Triângulo Mineiro. Também temos a possibilidade de adquirir redes locais", afirma Jovino Campos Reis, diretor comercial. Já a catarinense Giassi, 12 lojas, pretende abrir uma loja ao ano, sendo que, em 2012, a cidade escolhida é a de Joinville. Zefiro Giassi, diretor-presidente, diz que a ideia é cresce 10% ao ano, mantendo o atual ritmo. Assim como essas empresas, quem quiser garantir uma fatia maior do mercado precisa estar preparado para atender o aumento do consumo nos próximos anos.